terça-feira, 26 de abril de 2011

LUZ E SOMBRA

A pintura é o resultado do jogo de luz e sombra. Se esses dois factores forem bem utilizados, obter-se-á um excelente resultado. Podemos até mesmo iniciar uma pintura pela projecção da sombra. Assim, o objecto pintado parecerá o mais real possível sobre a tela.

É com a luz e sombra que também se obtém a dimensão. Torna-se irreal uma pintura totalmente no mesmo plano. É monótona, não atrai o interesse do observador. Quando desejamos um resultado mais empolgante ou até mesmo dramático numa pintura, devemos exagerar no contraste entre luz e sombra.


Embora em teoria se deva pintar do claro para o escuro, quando queremos acentuar um ponto iluminado em determinada região da pintura, devemos sempre iniciar pela sombra; só assim saberemos se nossa luz parecerá apagada ou brilhante em relação à sombra. Ao retratar cenas naturais (não cópias), devemos estudar com atenção em que direcção incide a luz e para que lado projecta-se a sombra. Mesmo quando estamos criando cenas imaginárias, devemos decidir logo (antes mesmo do esboço), em que direcção imaginaremos que a luz entrará para também definirmos a sombra.

SOMBRA: Não existe sombra sem luz; portanto a introdução da sombra numa pintura implica a presença da luz. A sombra sugere espaço, indica a relação entre um objecto e outro e também define a localização dos objectos em relação a fonte de luz. Sem a presença da sombra, qualquer elemento dentro da pintura parecerá “flutuar” dentro da tela. Por isso falamos em “colocar um peso” em tal objecto quando pintamos a sombra projectada dele.

A gradação tonal da sombra muito dependerá da fonte de luz. Se a luz for do sol ou eléctrica, resultará uma sombra de cor quente e vibrante. Se a luz for do céu, resultará uma sombra de cor fria e apagada. A questão é simples: Luz quente produz igualmente sombra quente, luz fria, sombra fria. Os principiantes costumam pensar erroneamente, que podem resolver a questão da sombra colocando manchas castanhas ou pretas escuras próximas ao objecto. No entanto isso resultará numa pintura “pesada” e pouco vívida. As sombras não são neutras e sem brilho; na verdade, elas contém uma boa quantidade de cores subtis e vale a pena estudá-las e recriá-las nas suas pinturas; elas podem e devem ter matizes interessantes mesmo sendo escuras e semi-abstractas. Experimente pintar um objecto com matizes da gama dos avermelhados e projecte sua sombra em verde; notará quão interessante ficará. Naturalmente a matiz da sombra muito depende da superfície em que está projectada; se for uma superfície clara reagirá diferentemente de uma projectada em superfície escura.

HÁ DOIS TIPOS DE SOMBRA:

Sombra própria: É aquela que incide no próprio objecto (Ex. um lado escuro e outro claro)
Sombra projectada: É aquela que se projecta sobre uma superfície (no chão, em cima de uma mesa, na parede etc.).

LUZ: Embora se considere a luz como factor único, na realidade existem muitos tipos de luzes, cada uma com sua característica própria e um efeito diferente sobre a forma como vemos os objectos. Experimente observar a luz nas diversas horas do dia e nas várias épocas do ano, para perceber como o ângulo e a intensidade dos raios solares se modificam.

Existem também muitos tipos de luz artificial (Ex: luz eléctrica, luz de vela, etc.). Como regra geral, uma luz fraca, ou distante do objecto, produz sombras de formas menos definidas. Para os principiantes, o melhor é definir a habilidade usando apenas uma fonte de luz, de intensidade realmente forte. (fonte de luz múltipla cria sombras demasiado complexas). Faça da luz a personagem principal de sua pintura e tire o máximo de proveito dela reproduzindo pontos iluminados com empasto, ou seja, tinta bem espessa.

Devemos sempre lembrar-nos que a luz reage de maneiras diferentes em cada superfície dos objectos. Algumas superfícies reflectem mais luz, outras menos. Exemplo: A luz que incide num vaso de cerâmica ilumina-o, ao passo que a mesma luz que incide num vaso de porcelana, por possuir uma superfície mais lisa, além de iluminá-lo, produz brilho. Devemos retratar esse fenómeno nas nossas pinturas.

Chamamos de Brilho o ponto exacto em que a luz bate em uma superfície e reflecte.

Nunca tente reproduzir o brilho com pontos de tinta branca sobre a pintura quando esta estiver completamente seca. Lembre-se que a luz reflectida tem cor e a tinta branca deve ser matizada com um toque de tinta de outra cor antes de ser aplicada. Porém, quando a camada de baixo ainda estiver molhada, a tinta branca matizar-se-á naturalmente.

Um lembrete: A sombra deve ser sempre retratada com a tinta relativamente rala, diluída com solvente. Ao passo que a luz deve ser retratada com tinta espessa, com pouco ou nenhum solvente produzindo o efeito de empaste.


http://a-cor-da-gente.blogspot.com/2010/05/luz-e-sombra-pintura-e-o-resultado-do.html

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